quarta-feira, 13 de junho de 2007

Mais MediaOn



Felipe GilDireto de São Paulo
A terceira mesa de debates do seminário MediaOn de Jornalismo Online, intitulada Mudanças na formação e atuação do jornalista, discutiu na manhã desta quarta-feira a formação dos profissionais do jornalismo online. Rosental Calmon Alves, professor de jornalismo da Universidade do Texas, fez um panorama da crise da mídia tradicional mostrando a queda na circulação dos jornais impressos e na audiência dos telejornais.
Para ele, a imprensa vive atualmente a maior revolução desde a iniciada pela invenção dos tipos móveis de Gutemberg, em 1450, já que o artefato de recepção da informação, o computador, é também um equipamento de emissão. Com isso, segundo ele, o jornalismo deixa de ser monopólio dos jornalistas. Para Alves, uma das principais características dos (Foto Darcio de Jesus) novos profissionais é saber "conviver com os fenômenos criados por sua audiência e trabalhar como um facilitador da comunicação".
Mario Andrada Silva, diretor editorial para a América Latina da agência Reuters, citou a importância da formação dos novos jornalistas. "A tomada de decisões deixa de ser privilégio do editor. É preciso ensinar a decidir, e isso requer um programa de treinamento muito amplo", defende. Para ele, os profissionais que sabem manejar câmeras digitais de vídeo e fotografia, bem como aqueles que falam mais de um idioma, terão mais possibilidade de integrar as redações do futuro.
"Com a simplificação da linguagem, diminui a distância entre os idiomas, o que permite que um jornalista escreva em duas ou três línguas". Outro desafio é a relação com o tempo, que demanda capacidade de refletir e raciocinar em tempo real. "Não dá mais para parar, fumar um cigarro e voltar para pensar no que você vai escrever".
O professor André Lemos, da faculdade de comunicação da Universidade Federal da Bahia, falou sobre duas funções da comunicação. A massiva, marcada por um fluxo centralizado de informações, com controle editorial e financiado pela publicidade, e a pós-massiva.
Esta, segundo ele, prevê liberação da emissão - a possibilidade de qualquer pessoa emitir informação de forma livre - a facilidade de as pessoas se conectarem e trocarem informações e, por último, a "dimensão política gigantesca que decorre sempre que as pessoas podem dizer o que querem e se agrupar livremente".
Durante o debate que se seguiu, Alves destacou a importância de os leitores receberem algum tipo de formação jornalística, uma vez que a participação deles na produção do conteúdo será cada vez maior. "Isso dará até ferramentas para as pessoas escreverem seus blogs e colaborarem de forma jornalística".
Redação Terra



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