segunda-feira, 18 de junho de 2007

Cachaça é cinema, não é água não




Fechando com chave de ouro ( o meu dia ) e as apresentações dos curtas e médias metragens do Cachaça Cinema Clube*, o último curta emocionou a todos com uma seleção sensível e popular de recordações amorosas relacionadas a músicas. De Heavy Metal a Zezé de Camargo e Luciano os cantos foram cômicos, espontâneos e emocionantes.O que mais me marcou, e que fechou o filme de forma belíssima, foi o depoimento de um senhor negro e expressivo que contava seu caso de amor antigo e frustrado, lembrado até hoje.Era uma italiana. Branca, linda. Foi em um dia que "eu se apaixonou". "Se apaixonou" mesmo, de chorar, pedir para casar, se declarar... O pai não permitiu pois era desempregado, ou seja, como sustentaria sua filha? Mas depois da insistência sincera de ambas as partes foi concedido o pedido.Ela morava num apartamento alugado. Não sei mais como se dá cronologicamente a história, ele mesmo havia se perdido, ou sido "editado". Ele teve de ser transferido para algum lugar em serviço ao exército. Portanto ficou distante durante um tempo da mulher de sua vida, por quem havia batalhado aos 18 anos. Cumprido o prazo "do exercício de cidadão", corre atrás dela, que já morava em outro lugar. Achou o apartamento por informações alheias e a encontrou com uma bacia na cabeça. Ela o viu, e na hora, segundo os próprios movimentos do apaixonado, tapando o rosto com a bacia, pediu que se retirasse para depois, só depois, falar-lhe - este já é um momento "indignante" para o homem. A mulher havia passado tanto tempo longe dele e não o recebera com o calor do amor antigo? -. Depois quando a viu mais tarde, e aí conta de forma rápida, teve o desprazer de ouvir de sua amada que por causa de outro senhor não o amava mais.Pouco andou depois disso e chorava, chorava. Não tinha vergonha de admitir...Parece que tinha falado bem mais do que foi passado no filme, mas termina de forma sincera admitindo que até hoje não encontrara o amor de sua vida e que a italiana nunca iria sair de sua memória.Ego ou amor?Ah, a música? Nem me lembro qual era...* Cachaça Cinema Clube: para quem não conhece, acontece mensalmente no cinema Odeon, no centro da cidade do Rio de Janeiro. É um evento fantástico que reúne cinema (curta-metragens), cachaça e música. São reproduzidos curtas com diferentes temas em cada edição e a cachaça é sempre a mesma -cuja marca me foje a memória- e pode-se optar pela amarelinha ou branquinha. O copinho é fofíssimo. Já tem 5 anos de existência e antigamente era anunciado nos jornais. Hoje é boca-a-boca. Somente no dia em que acontece é escrito no outdoor do Odeon "Cachaça Cinema Clube 21h". Essa decisão foi tomada para que não lotasse mais de forma absurda, como vinha acontecendo quando a divulgação antecedia o evento. Hoje, mesmo no boca-a-boca, lota! Os dj's são ótimos e quase que não saio de lá hoje de tão bom que estava. Sim, porque depois de distribuídas as cachaças o espaço de cima do cinema é aberto para dançar!




Texto publicado por coletora de memórias emwww.cultodasbacantes.blogspot.com

Um comentário:

iancazero disse...

ai meu deuzim
que coisa linda
não é liláz nem azul
não é cinza
é só a hora mágica de 'kubrik'
e essa lua fininha
que eu nem sei falar